quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O que eu aprendi com 5 anos de blog

Dias atrás escrevi sobre os malefícios da internet. Mas como sou um ser em transformação ( espero que para melhor) resolvi escrever sobre o que aprendi desde que abri o blog.

O ser humano tem o poder de usar tudo para o bem ou para o mal. Com o blog não poderia ter sido diferente. Algumas pessoas podem chegar aqui e só ver o lado negativo por vários motivos, por que não uso fotos, por que  não mostrou meu marido, por que  não tenho Facebook, por que não  falo mal da Índia etc.

Outras, podem ver o lado positivo. As peculiaridades da cultura indiana, a troca de informações, experiências e histórias contadas por tantas pessoas que chegaram até aqui.

Vendo pelo lado positivo, a internet ajuda tanta gente quando bem usada. Quantas receitas divididas já me ajudaram a incrementar um almoço que trouxe alegria ao meu lar. Quantas dicas de beleza e maquiagens que ajudam a elevar autoestima de várias mulheres. Dicas de relacionamento que ajudaram um casal com problemas. Dicas de idiomas que ajudam as pessoas a enfrentar perrengues em viagens e relacionamentos interculturais. Sugestões de um filme para curtir com a família ou na própria companhia. Conselhos para cuidar da saúde, cuidar da casa, economizar, estudar entre tantas outras coisas.

E aqui no blog vemos dezenas de estórias  de relacionamentos deixadas post "amor indiano". Estórias que serviram e Ainda servem de aprendizado, duvidas, sentimentos compartilhados. A minha intenção é justamente essa, poder contribuir de alguma forma.
Quando vejo que as dicas de beleza indianas por mais simples que sejam ( umectação capilar por exemplo) mudam  a autoestima de tantas mulheres assim como muda a minha, fico feliz. Quando uma pessoa quer fazer um chá para receber as visitas e me pede a receita, também fico feliz.

Também aprendo com quem acompanha o blog, as sugestões que me dão, as experiências divididas, a amizade que fica.

Isso sim vale a pena. Esse tem sido o meu aprendizado através do blog, que não sabemos tudo e sempre existe algo para aprender pois casa pessoa que chega até aqui contribui de alguma forma seja contando uma experiência, seja com uma dúvida ou uma conversa informal. Agradeço a todos vocês!

Que 2017 seja um ano abençoado.

Obrigada! Se tiverem sugestões ou dúvidas não deixem de escrever!

Abraços  e um caloroso Namaste,  Salamaleikum e Sat Sri Akaal

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Como os indianos guardam os temperos

Se tem uma coisa que é meu sonho de consumo, é um porta-tempero indiano. Nos mercados só encontro coisas para decoração que no dia a dia não são nada práticos. Tenho muitas especiarias então o porta-tempero indiano seria perfeito pela praticidade pois na hora de usar, tudo já está à disposição.

Enquanto isso, os frascos vendidos no Brasil não são praticos pois preciso procurar o que vou usar, deixar separado para não perder tempo procurando cada frasco e preciso abrir um por um porque uso colheres de medidas e elas não passam pelas tampas. Não gosto disso, na cozinha gosto de praticidade.

Veja só como muitos indianos guardam os temperos. Uma tampa para todos, o que eu acho ótimo.





Agora veja como são os porta-temperos vendidos no Brasil. Eu uso muita masala, isso aqui dá trabalho porque eu gosto de usar colheres de medida e preciso abrir um por um porque elas não passam pela tampa. E os de vidro também já quebraram escorregando das mãos.





O que acharam do jeito indiano? Eu adorei.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Ideia para organizar suas pulseiras

Sempre gostei de pulseiras. Quando descobri o universo das pulseiras indianas, senti necessidade de encontrar algo que pudesse guardar e facilitar a visualização na hora de escolher.

Como as pulseiras indianas são usadas em pares e geralmente em grande quantidade, passei a ter dificuldade para organizar. Até o dia que vi na internet que as indianas tem organizadores apropriados. Nunca encontrei aqui no Brasil, e acho que se tiver será o "olho da cara". 

Eu prefiro em forma de caixas pois assim elas ficam protegidas. Não gosto de deixá-las expostas para não perderem o brilho e a cor. Mas tem para todos os gostos.

Para quem gosta de pulseiras e também precisa de um organizador, coloquei várias fotos que poderão servir de inspiração. Acho que você conseguirá encontrar na internet ou até mesmo encomendar com algum marceneiro. Você também poderá contar com a ajuda de vídeos no Youtube que ensinam o passo a passo.












Abraços!

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Diferentes fases do relacionamento intercultural

Acredito que a maioria das pessoas que se relacionam ou já tiveram parceiros de culturas diferentes tenham passado por fases semelhantes.

Eu dividi o relacionamento intercultural em fases. 


1)Deslumbre
Logo no início a pessoa se encanta com tudo aquilo que é diferente, o desconhecido abre um mar de novidades, tudo é fascinante e baseado nas coisas boas que aquela nova cultura oferece, enxergando somente a beleza e os pontos positivos.  

2)Curiosidade
Esse é o momento em que a pessoa se sente sozinha e precisa dividir sua história e suas emoções com alguém.  Começa  a pesquisar um pouco mais e descobre os pontos negativos da nova cultura. É normal nessa fase a pessoa ignorar críticas, pontos negativos e passar a defender aquilo que ela começou admirar. 

3)Adaptação 
Aqui a pessoa sente necessidade de ser aceita e fazer parte da nova cultura. Quer experimentar diferentes  vestimentas, aprender o idioma, culinária, viajar. Nessa fase a pessoa "se joga de cabeça" podendo até mesmo mudar de comportamento, religião, amizades e outros interesses.  A pessoa tenta se adaptar de todas as formas e não parece ser tão difícil pois uma névoa de novidades a rodeia impedindo-a de enxergar adiante.

4)Choque cultural
Essa é a hora que muitas decidem conhecer o parceiro e ver de perto sua cultura. Tudo é tão interessante mas ao mesmo tempo a pessoa vê que a adaptação não é tão fácil o quanto imaginava. Muitas coisas se tornam  mais difíceis do que pareciam, o idioma se torna uma barreira, comportamentos culturais entram em conflito, a nova vestimenta não é mais confortável, a comida se torna um desafio e as diferenças se tornam gritantes. Algumas pessoas tem vergonha de mostrar essas dificuldades e se sentem inseguras. Muito comum a pessoa enfeitar essa fase para esconder as dificuldades pois essa é a fase decisiva onde desiste ou segue em frente.

*[Cinderela
É uma fase típica daquela que passou por uma decepção amorosa e não superou. A pessoa  chega  até  aqui carregando um sentimento de revolta  e não esconde a opinião doa a quem doer. A realidade muitas vezes é cruel, dolorida, baseada em decepção. Talvez seja essa a razão de algumas odiarem tanto uma cultura que antes  admiravam. Aqui a pessoa descobre que nem tudo o que reluz é ouro.  Como vejo algumas mulheres que odeiam a Índia mas não param de falar dela.   ]

5)Inércia 
É a fase da rotina. Passada  a euforia e a necessidade de mostrar o lado perfeito, a pessoa até esquece que está em relacionamento intercultural. Nem tudo é novidade como antes e os detalhes da cultura do parceiro fazem  parte do cotidiano. A pessoa não se importa mais com opiniões e declarações negativas sobre a cultura ou país do seu parceiro pois ela sabe que se chegou até aqui é porque algo a faz feliz. Ela não tem vergonha em mostrar o lado bom e ruim porque não se preocupa mais com aquilo que os outros pensam ou julgam. Um dos motivos que muitas mulheres param de escrever suas histórias na internet é que não existe mais aquela necessidade de dividir curiosidades e diferenças porque não as enxergam  com tanta surpresa como antigamente.  Algumas devido a decepção, outras devido à falta de emoção abrem espaço para o dia a dia. Aqui a pessoa passa a enxergar os defeitos e as qualidades sem se deixar influenciar. Na minha opinião, essa é a fase mais equilibrada  de um relacionamento intercultural, onde existe mais discernimento, entre a razão e a emoção pois é aqui onde existe o cotidiano. Pode ser também a fase onde a pessoa corre o risco de ficar desmotivada devido a falta de novidade.
Não é a fase perfeita pois é preciso driblar a rotina e ao mesmo tempo conviver com as diferenças que insistem em aparecer mesmo que não sejam essenciais.


E é assim que identifico as fases de um relacionamento intercultural.    Pelo menos é assim que percebo  se estou diante de uma pessoa com o coração  machucado porque teve uma decepção, deslumbrada porque só enxerga a parte bonita   etc ..

São caminhos parecidos que levam a diferentes histórias, todas elas com grandes ensinamentos seja na dor, seja no amor.


E você, já passou por alguma fase assim?

Abraços!









quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Cansada

Não gosto de enrolar quando pretendo dizer o que sinto então vim contar que cansei de comentar em vídeos, blogs, ou qualquer coisa de internet. Tenho argumentado com tanta gente chata, arrogante, ignorante e estúpida, que não tenho mais vontade de participar de nenhum comentário.

Às vezes vejo um comentário em canal de Youtube ou qualquer outra coisa e penso em expor minha opinião ou dividir minha experiência, mas sempre recebo dos viewers resposta ácida, irônica de gente pretensiosa que não sabe ler ou ouvir uma opinião contrária. Não dá certo.

Pessoas que se preocupam demais com a vida alheia e só querem atacar, ridicularizar o próximo. Ninguém mais sabe desenvolver uma conversa saudável com diferentes pontos de vista na internet. Simplesmente atacam como animais. Sinto ojeriza a essas desocupadas donas da verdade. Cansei de desperdiçar minha energia com pessoas negativas. Cansei de desperdiçar meu tempo com essa gente fria e vazia. 

Outro dia vi uma mulher deixar um comentário no youtube de que esposas de indianos são tratadas como "princesas"por maridos que não as deixam trabalhar. Saiba mais no blog https://tabibitosoul.com/2016/11/12/as-princesas-perdidas/ 

Outra pessoa veio questionar minha idoneidade porque não uso fotos dizendo que a plataforma que uso "exige" isso, além de ter uma lista com outros blogs melhores e as mulheres usam foto. Quem é ela para dizer como devo ser? Chegou agora e já quer mandar? Tem gente que segue o Café com Chai há anos e nunca reclamou e essa moça pegou o trem agora e já quer sentar na janela. Faça-me o favor!

O que cansei é justamente isso: conversar com pessoas que se acham melhores do que os outros.

Preciso me afastar desses vampiros sugadores de energia. Essas pessoas não tem nada de bom a oferecer, não tem nenhum conselho bom para dar, não tem coisas boas para dividir, não tem conhecimento para dividir, nem histórias para contar então para quê ficarei nesse círculo?

Elas não querem fazer amizade e trocar experiências, só querem atacar, por isso não é bom ter contato porque elas dispersam a energia negativa delas para cima da gente e sugam a energia boa que nós temos. E assim elas sobrevivem pois se elas não tem nada de bom para dar precisam tirar de alguém.

São pessoas que só comentam em canais de quem se relaciona com indiano, árabe, turco e se você tenta desenvolver um diálogo elas te atacam como uma cobra ataca para se defender. Elas estão sempre na defensiva e só sabem destilar veneno. Nem aquelas senhorinhas que colocam a cadeira na calçada para falar da vida alheia são tão maldosas.

O bom disso tudo é que não é o perfil de quem acompanha blog e gosta de ler, afinal, essas sugadoras de energia não tem paciência para ler. Realmente a leitura transforma o ser humano para melhor, pena que são poucos em comparação ao número de pessoas que não se interessam pela leitura, mas são esses poucos  que fazem valer a pena continuar a escrever!

Continuarei aqui no blog e instagram.

E a plataforma que uso não exige fotos. Ela exige cordialidade e respeito.



sábado, 19 de novembro de 2016

Olá pessoal! Essa semana estive conversando com minha amiga Pâmela que não mora no Brasil, mas convive de perto com a comunidade indiana. Gostamos de trocar experiências e grande parte dos nossos assuntos é a respeito da cultura indiana. Eis que surgiu o tópico da criação dos filhos. 

A maioria das indianas que vivem fora da Índia com seus maridos ou moram com a família do marido e trabalham fora, deixam os filhos com os sogros. Os sogros tem uma participação ativa na criação dos pequenos. Diferente do Brasil, onde a criança na maioria das vezes fica com os avós maternos, na Índia a criança fica com os avós paternos, pois se a esposa passa a viver na casa do marido nada mais justo para eles do que deixar o filho aos cuidados dos pais do marido.

Isso foi um choque para mim e minha amiga pois para as indianas é normal mudar de país e deixar os filhos pequenos na Índia aos cuidados dos avós paternos pois assim os pais podem se estabilizar no novo país e depois chamar a criança para viver com eles. 

Muitos indianos não gostam da ideia de ter uma babá ou deixar as crianças aos cuidados de estranhos.

Acho interessante como a família indiana é participativa, mas como nem tudo são flores pois os avós indianos costumam mimar demais os netos, principalmente os meninos. Os meninos podem fazer tudo, e na Índia as crianças correm livres pela casa, pelo quintal de terra, sem fralda do jeito que vieram ao mundo. 

Eu vi isso de perto quando recebemos no aeroporto uma indiana que foi buscar o filho de 4 anos que vivia num vilarejo da Índia sendo criado pelos avós. A família não era do Punjab então não sei se faz diferença no modo de criação. 

Além do choque cultural que o menino enfrentou assim que chegou ao Brasil, só fazia o que queria e quando não era atendido fazia uma birra enorme de se jogar no chão e chorar. 

Achei uma situação estranha pois naquele momento os pais ainda estavam lidando com a adaptação de ter um filho de 4 anos de um dia para o outro e a criança estranhava os pais. Eles perderam os primeiros passos do filho e tantos outros momentos que passam tão depressa nessa fase da vida. 
A criança não falava nada, concluí que não havia conversa. 
A criança não comia nada sólido, só bebia leite. Fiquei chocada quando vi que ele não passou pelo processo de introdução dos primeiros alimentos sólidos como fazemos com um bebê. Então ele não conseguia engolir nada pois só sabia beber leite e claro, sentia fome a cada 2 horas. Eu perguntei para a mãe sobre isso e ela angustiada me falou: " Agora ele vai ser criado do MEU jeito". Senti que isso a incomodava mas como uma "boa nora " ela não interferia em nada e aceitava tudo. Tentamos dar um pedacinho de pizza e ele cuspiu tudo no chão. A cada minuto um novo detalhe me chocava.

Ele também não estava acostumado na usar fraldas quando vivia com os avós, e nem foi ensinado a ser levado ao local correto para fazer xixi, é claro que o inevitável estaria para acontecer: ele sentiu vontade de fazer xixi então tirou a calça e fez um belo xixi no piso de madeira da minha sala. Meu marido falou que na Índia é normal as crianças fazerem na terra, por isso ele agiu dessa forma. Leia o texto muito interessante a esse respeito no blog Tabibito Soul: Um bebe e muitos choques culturais https://tabibitosoul.com/2016/11/12/um-bebe-e-muitos-choques-culturais/
Não pude fazer nada a não ser limpar. 

É claro que isso depende de uma família para outra, mas adaptação estava sendo muito difícil e compreensível. Foram 2 dias intensos!


Abraços


terça-feira, 15 de novembro de 2016

Bonita sem maquiagem

Olá pessoal, estou driblando o tempo entre casa e trabalho para escrever no blog. Quando fico alguns dias sem escrever aqui sinto uma tremenda falta. 

Adoro maquiagem, sempre gostei e dificilmente saía de casa sem corretivo, rímel, lápis preto e blush mas quando vi que as mulheres indianas não usavam tanta maquiagem no dia-a-dia foi uma decepção para mim.

Não é errado imaginar que as indianas estejam sempre maquiadas, afinal sempre vemos anúncios de roupas, joias, filmes ou qualquer coisa relacionada à Índia, a foto de uma mulher muito bem maquiada com os olhos bem pretos delineados com kajal.





Indianas usam muito o kajal, é parte da cultura, mas a maquiagem que estamos acostumadas a usar no Brasil não faz parte do dia-a-dia de uma indiana a não ser que ela seja jovem moderninha ou goste de fazer vídeos para o Youtube. 

Me baseio pela minha cunhada e pelas irmãs dos amigos de meu esposo. Elas estão sempre com o rosto limpo, sem base, sem corretivo, rímel nem pó. A única vez que vi minha cunhada muito bem maquiada foi na foto de casamento. Percebi que a maioria só faz uma make arrasadora quando tem festa como Diwali, Karva Chauth, festas de casamentos. 

Sempre me senti mais bonita com maquiagem até o dia que saí de casa com a cara limpa e meu marido falou que me achava mais bonita assim, com o olho "pink". Eu não entendi essa expressão "olho pink" e ele me disse que é a linha d'água do olho que nas estrangeiras é assim rosada. Ele disse "nós indianos achamos bonito quando vemos que as estrangeiras tem o olho pink porque todas as indianas tem os olhos pretos de kajal então quando vemos algo diferente, chama mais atenção, nos atrai mais". 
Eu disse a ele que aqui no Brasil as pessoas acham que o "olho pink" é de resfriado, e várias vezes me perguntaram o que havia acontecido (como se eu estivesse chorando ou resfriada) por isso sempre usei kajal. 

Como os conceitos de beleza mudam de uma cultura para outra, Muitas vezes fui cobrada para ser mais bronzeada pois eu era "muito branca" para os padrões brasileiros e tinha "cor de escritório". Muitas vezes torrei no sol mais esticada do que uma lagartixa para não ser chamada de branquela e exibir a cor do verão.
Agora sei como também fui vítima dos padrões de beleza. 

Meu olho "pink" deixou de ser sinal de resfriado e minha "cor de escritório" deixou de ser um problema.  
Justamente aquilo que exigia mudanças para os padrões brasileiros não me preocupa mais nos padrões indianos.

Continuo vaidosa, porém não sou mais refém da maquiagem.

Hoje digo com convicção: estou liberta.


Abraços

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A senhora sorridente

Há muito tempo eu quis experimentar Taco Bell, aqueles famosos nachos mexicanos.

Não fiquei muito tempo na  fila porque o serviço é muito bom, apesar de cheio não precisei esperar muito. Mas em compensação todas as mesas estavam ocupadas. Um casal já estava terminando a refeição e eu cresci o olho na mesa deles, só esperando a oportunidade de voar naquela mesa. Fazia a fina tentando não demonstrar mas já mirava a mesa deles. Na mesma hora uma senhora com a filha também esperava por uma mesa. Do outro lado chegou uma espertinha de olho na mesma mesa, na hora que o casal levantou eu pensei "é agora!" e como quem não quer nada, cheguei pertinho e para a minha sorte o meu pedido saiu primeiro, marido veio com a bandeja driblando as pessoas que estavam na frente, ele olhando para mim, eu com um olho nele e o outro na mesa...ufa!! Sentamos.

Sentei confortavelmente mas minha consciência não ficou tranquila ao ver a mesma senhorinha com sua filha esperando seu lanche e sem mesa. A mesa tinha lugar para 4 pessoas então eu disse a ela que poderia dividir a mesa com a gente pois duas cadeiras estavam vagas e não fazia sentido só eu e meu marido numa mesa para 4 com dois lugares sobrando.

Ela se sentou com a filha e ao perceber o sotaque de meu marido, perguntou:

"_você é mexicano?"

Meu marido respondeu "_sou indiano". Ela se virou para mim: "_ você também?" e meu marido respondeu "é brasileira". A senhora exclamou "nossa, indiano..!" Nessa hora a filha diz "_mãe..."

A senhora olhava para meu marido com certa curiosidade enquanto a filha adolescente se mostrava envergonhada com a atitude da mãe por iniciar uma conversa.

Elas terminaram a refeição, a filha rapidamente se levantou e desapareceu. A mãe ao se despedir perguntou ao meu marido "todos os indianos são assim morenos ou existem indianos mais claros? Minha filha fica com vergonha mas não tem nada demais conversar, veja nossa mesa tem indiano, brasileiro..hoje somos globalizados"
Meu marido respondeu "Sim, todo indiano é moreno" e ela disse tocando o dedo no braço dele "é porque eu vejo no Discovery que indianos são assim morenos e eu acho muito lindo!! Deus abençoe vocês!"

Marido ficou todo feliz com o elogio inesperado e abriu um largo sorriso. Ela se despediu e continuamos nossa refeição.

Depois eu disse a ele "viu só como achamos bonito! ".
Coincidentemente conversamos sobre isso dias atrás, sobre a cor de pele na Índia. Eu falei para ele, vocês indianos querem ficar brancos e não tem ideia do quanto achamos bonita e exótica a cor de vocês.

Essa senhora transmitiu uma energia tão boa que vim dividir esse pequeno e inesquecível momento com vocês.
 
Muitas vezes não fazemos ideia de que podemos mudar o dia de alguém simplesmente com um sorriso ou um elogio, como um néctar para a alma.

Abraços!



segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Flor de Lótus

Aprendi a apreciar essa flor que na Índia tem um significado profundo: força e renascimento; graça e elegância.






Abraços

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Festival Indiano e Gastronomia em São Paulo 2016

Mais uma recomendação maravilhosa que recebi através de uma amiga no istagram, a Juliana Lopes.

No domingo, dia 30 de outubro, a Associação Atlética de Medicina da USP realizará um festival indiano de cultura e gastronomia, das 11h às 20h.

Muitas atrações como astrologia, Ioga, meditação, dança, comidas típicas e veganas.

Estou com a maior vontade de ir!

Abraços!!!

Mais informações aqui :  https://catracalivre.com.br/sp/agenda/gratis/festival-indiano-recheia-sp-com-gastronomia-e-muita-cultura-zen/



Associação Atlética de medicina da USP 
Rua Artur de Azevedo, 01 Pinheiros São Paulo - SP
Estação Clínicas (Metrô - Linha 2 Verde)
Catraca Livre

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Primeira Gurdwara em São Paulo

Fiquei muito feliz quando vi esse vídeo. Minha amiga de Instagram, Angelica, já havia me falado sobre o templo. Eu ainda não fui mas fiquei muito feliz com a iniciativa e a notícia do templo Sikh no Brasil já chegou na India. Assim como os brasileiros sabem muito pouco sobre a India , os indianos também sabem pouco sobre o Brasil e a falta de um templo indiano mostra que ainda temos muito o que aprender uns com os outros. Eu ficava triste quando via indianos praticando sua fé nos Estados Unidos, Canada, Argentina, Reino Unido, Australia, Dubai entre tantos outros lugares e aqui no Brasil isso não era possível. Eu pensava, "será que nosso país é tão atrasado assim que nem um templo indiano tem?" Agora isso é possível.  



Abraços!!! 

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Pensamentos soltos

Se eu te disser que a mulher árabe, indiana, paquistanesa tem seu papel importante na sociedade você acredita?

Se eu te disser que países ricos do Golfo proporcionam uma vida maravilhosa para as mulheres você acredita?

E que a mulher indiana, paquistanesa, árabe em geral são livres e felizes com todo o sistema patriarcal?

Vamos parar de tapar o sol com a peneira, por favor!  A gente sabe que  até no Brasil é difícil, o que dirá países Asiáticos e Oriente Médio?

Cansei de ver mulheres justificando as limitações dadas às mulheres com a história de que o homem é o provedor, o homem é o protetor, as mulheres devem ser protegidas etc e tal.
Eu já cheguei a pensar isso um dia, já acreditei nessa ladainha de brasileiras que passam esse sermão para as outras. Mas gente,  não existe essa coisa de provedor, isso é machismo. Tem países que a mulher não pode trabalhar, e a brasileira  acha que todas as mulheres de determinado país  são felizes assim.

 Você já sentou um dia com uma mulher oriental e a escutou de fato? Ela teve coragem de se abrir com você? Eu já, e  sempre ouvi que elas queriam terminar os estudos antes de casar, ou gostariam de estar trabalhando nesse momento. Elas vêem nós ocidentais que trabalhamos, estudamos e cuidamos da casa como mulheres fortes, independentes. Não sabemos mas somos um exemplo para muitas.

Não se acomode com o comodismo dos outros. Não se norteie pelo fato de que todo mundo que vive de um jeito sem reclamar, é o jeito certo.

Já que aqui posso manifestar tudo o que sinto sem invadir o espaço alheio,  deixo aqui minha indignação com as brasileiras que protegem sistemas patriarcais e machistas.
Não se iludam com contos de deslumbradas, porque quem é deslumbrada  não se importa em expor as outras  pessoas em riscos.
A pessoa sincera vai te alertar dos prós e contras sempre. Quem só enfeita a realidade sem mostrar o lado negativo de uma outra cultura o faz porque vive ou viveu uma ilusão. A verdade é sempre mais amarga do que a mentira, isso é fato. Então desconfio de quem só aparece com palavras doces.

Mulher feliz é aquela que tem vontade de colocar um batom colorido e mostrar para as amigas. É aquela que compra o salto mais alto que tem na loja e não se preocupa como o barulho que faz ao andar. É aquela que gosta de ouvir música bem alto e canta mesmo sem saber a letra. É aquela que tem vontade de sair com os cabelos molhados e os deixa secar ao vento. É aquela que sabe ser doce e também sabe ser guerreira. A mulher feliz é aquela que vai para onde quer, estuda o que quer, trabalha no que quer. Discute política, futebol, religião. É aquela mulher que onde chega ilumina com a sua energia. Não se preocupa com os outros, tem amigas e amigos,  dirige, vota, escolhe se quer casar ou não, se quer ter filhos ou não. O que você acha besteira, muitas não tem nada disso.

Quando a pessoa é ela mesma ela é feliz. Tudo isso que nós somos ou almejamos ser , as mulheres de culturas patriarcais sonham em ser também. Muitas não são porque não podem ou são peixes dentro do aquário doutrinadas a não gostarem do nosso estilo de viver.

Nós lutamos para chegar até aqui e fico triste quando vejo mulheres regredindo, achando que aquelas que abrem mão de tudo isso estão certas. Vejo brasileiras que confundem luxo com felicidade, conforto com liberdade. Se escondem atrás das peneiras, atrás da tela de computador, ilustram uma vida perfeita e não dizem o que realmente sentem.

Principalmente nos países do Golfo existe um ditado entre os homens: " Mulher gosta de dinheiro". Não sou que que digo isso, são os homens que acham que uma  mulher é feliz com bens materiais e não precisa de carinho, amor, respeito.  Mais uma vez digo aqui: GAIOLA DE OURO.

Já vi gente dizer que a mulher fica do lado de fora de um restaurante  porque é superior. País que faz isso com uma mulher não merece nossa admiração. Não tem nada de superior nisso, pois coloca a mulher no mesmo nível de um cachorro que fica do lado de fora de um açougue esperando por um osso. Vamos ser realistas.

Que brasileiras são essas, que defendem um sistema desse?

Até mesmo meu esposo um dia me disse, que a mulher oriental sofre muito com a pressão da sociedade e aqui no Ocidente ele viu como o nosso estilo de viver é melhor. Ao mesmo tempo que  a mulher oriental é feliz porque tem sua família, tempo para cuidar da casa e filhos tem uma cobrança maior da sociedade. Se hoje tenho minha profissão é porque meu marido me apoiou e por isso eu digo que é fundamental a mulher viver numa sociedade que a faça progredir. Infelizmente vejo brasileiras defendendo o contrário como se fosse a coisa mais natural do mundo uma sociedade que não deixa a mulher escolher a profissão.

Não compartilho preceitos contra nossos ideiais, nossa independência, nossa liberdade. Não é porque seguimos uma cultura que devemos abaixar a cabeça para tudo. Não é porque seguimos determinada cultura que precisamos fingir que tudo é lindo e não nos incomodamos com nada.

Tem brasileiras que ao entrar em contato com outra cultura precisam mostrar que são foda, que são superiores, cabeça aberta para o mundo, que  nunca tiveram problemas culturais, sempre passaram pelas melhores experiências do mundo e nós ocidentais somos errados e temos uma visão errada e tendenciosa. Não aceitam nenhuma crítica e tudo é perfeito..do jeito delas.

Não espere isso de mim. Não tenho a pretensão de provar que a cultura oriental é perfeita, muito menos que nós ocidentais somos os burros alienados.
Existem coisas horríveis no Oriente? sim existem. Tem a parte ruim? Claro que tem. E o que eu posso fazer para mudar isso? Nada. Adianta eu ficar com historinha e tentar provar o contrário para alguém? Não.

Existem culturas mais fechadas do que a indiana e se a indiana já é difícil imagine as outras. Não se iludam, nós mulheres não precisamos de provedores e nem guardiões. Merecemos amor, carinho, respeito, direitos. Trabalhadores também não precisam de guardiões. Trabalhadores precisam de direitos e que eles sejam respeitados.
Não concordo quando vejo brasileiras enfeitarem uma realidade que muitas  mulheres da Ásia e Oriente Médio  precisam enfrentar caladas.

Existe uma grande diferença entre adaptação e idolatria de uma cultura. Não é porque sigo uma cultura que preciso puxar-saco dela. Acho que muitas mulheres perdem a razão quando passam a puxar-saco de outra cultura sem defender a própria.Vamos parar de defender essa ideia de que o homem é provedor e a mulher precisa depender dele até para comprar uma bala, ou que ela pode fazer tudo desde que ninguém veja o sorriso ou a lágrima por detrás de um manto.

Sejamos tolerantes mas não ignorantes.

Abraços

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A saga dos temperos indianos

Sempre ouvi que comida indiana é pura pimenta. Mas te digo que comida indiana é uma explosão dos 5 sabores: amargo, ácido, salgado, doce e umami.

Uma das coisas que sem dúvidas me tirou o sossego quando passei a me interessar em fazer comida indiana foi encontrar temperos. Na culinária paulista, eu estava acostumada a usar cebola, alho e sal. Orégano de vez em quando ou um molinho de pimenta só para variar. Eu desconhecia o universo dos temperos.

A coisa mais difícil para encontrar era Ghee e Garam Masala. Cheguei a encontrar Garam masala num empório árabe, o pacote tão pequeno estava quase R$ 30,00 e meu marido acabou com minha empolgação dizendo que era um absurdo pagar esse valor num tempero tão comum para ele. Fui para casa sem meu garam masala e, 5 anos depois, encontrei no mercado um pacote de marca nacional por um preço justo. Também gostei de saber que o Ghee, finalmente está ganhando popularidade e por isso está mais fácil de encontrar.

Graças a nossa boa terra, aqui temos quase tudo. Os temperos mais usados na culinária punjab são:

Açafrão da Terra

Açafrão (esse só tem importado)

Alho

Asafoetida

Cardamomo

Coentro verde/em pó/sementes

Cominho em pó/sementes

Cravo-da-Índia

Fenogrego sementes/folhas

Folhas de louro

Folhas de curry

Garam masala

Gengibre

Pimenta verde

Pimenta vermelha

Pimenta do Reino moída/sementes

Sementes de mostarda

Tamarindo


Com essas especiarias acima, você consegue fazer pratos típicos e alcançar o sabor original.
Mas além desses, os indianos também costumam usar temperos já preparados pois cada prato tem uma combinação, e isso dá um gostinho especial pois sempre tem uma combinação de especiaria que aqui no Brasil não tem.

Só de andar no mercado e ver garam masala e ghee já fico feliz. É um bom começo. Enquanto não encontro o restante o jeito é fazer um estoque.
Em qualquer país fora da Índia é possível encontrar um mercadinho indiano. Isso me faz ver como nossos impostos nos privam de acessar tanta coisa.




Tempero para miojo

Abraços

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Diferença entre SIKH e MUÇULMANO

Sikhismo é uma religião e Islamismo é outra.

Sikhismo: religião nascida na Índia e tem como fundador Guru Nanak Dev Ji. O livro sagrado dos sikhs é o Guru Granth Sahib Ji. Os sikhs são seguidores de 11 Gurus.

Islamismo: o profeta é Maomé. O livro sagrado no islã é o Alcorão.

 Os sikhs usam turbante mas depois de 11 de setembro, muitos passaram a ser confundidos com muçulmanos.

O Sikhismo nasceu com o objetivo de proteger os mais fracos independentemente da crença ou religião. Através disso muitos sikhs alcançaram posições de destaque e cargos de confiança em vários países como Estados Unidos, Canadá, e países da Europa.

Confira abaixo fotos de SIKHS




















São religiões praticadas em várias partes do mundo e são  diferentes em muitos costumes e práticas.

O Guru Granth Sahib Ji é a literatura sagrada do Sikhismo. 
 Alcorão é a literatura sagrada do Islamismo,

Na religião Sikh dez gurus compilaram o Guru Granth Sahib Ji, que incluiu passagens de sufis e hindus concluindo um total de 11 gurus.
No Islã, acredita-se que Gabriel, o anjo, foi o mediador de Deus, que havia revelado Alcorão a Maomé.

Os três pilares em Sikhismo são Naam Japna, Kirat koro e Vachakko.
Enquanto há cinco pilares do Islã, o Sikhismo tem três pilares.

Ao contrário do islamismo, sikhismo têm Cinco K. Os Cinco K são Kesh (cabelo limpo sem cortes), Kangha (pente de madeira), Kachera (limpos calções brancos), Kara (pulseira de aço no braço direito) e Kirpan (espada afiada de comprimento).

Os professores no Sikhismo são chamados  Gurus.
Os professores do Islã são conhecidos como Rasools ou Nabis.

O sikh recebe o nome proveniente do Guru Granth Sahib e o sobrenome Singh, que signica leão (Rei) e Kaur para as mulheres que significa princesa.
O muçulmano recebe o nome proveniente dos profetas do Alcorão.

Outra diferença que pode ser vista entre as duas religiões é na observação de peregrinação. Sikhismo não acredita em peregrinação. 
Por outro lado, pessoas que seguem o Islã tem Hajj Peregrinação.

Aos homens que praticam Sikhismo são recomendados a Não circuncidar enquanto que os homens que praticam o islamismo, sim. .

Outra diferença que pode ser visto entre o Islamismo e o Sikhismo é no funeral.
Um Sikh morto é cremado. 
Um muçulmano morto é enterrado.

Sikhismo é tolerante com todas as religiões e não tem como objetivo a conversão das pessoas. No templo sikh existem 4 portas. Isso significa que todas as religiões são bem vindas.
O islamismo tem como objetivo a conversão das pessoas.

No templo sikh homens e mulheres participam das orações lado a lado no mesmo local.
Nos templos muçulmanos as mulheres ficam em lugares separados dos homens, geralmente atrás deles.

Sikhismo não tem punições religiosas e acredita no karma.
Islamismo se baseia na Sharia, que são punições permitidas no Alcorão e não acredita em karma.

Sikhs podem comer carne de porco e não comem carne halal. Sikhs são contra a sangria.
Muçulmanos só comem carne halal (abatido com sangria) e não podem comer carne de porco.

Amritsar é o lugar sagrado para os sikhs.
 Meca é o local sagrado para os muçulmanos.

Amristar

Meca



No Sikhismo, Gurpurabs são considerados dias auspiciosos e o Eid é um dia auspicioso para o Islã.

Roupas típicas do homem muçulmano:



Roupas típicas do homem sikh, repare que a forma de amarrar o turbante é diferente:



Até a próxima!