quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Festival Indiano e Gastronomia em São Paulo 2016

Mais uma recomendação maravilhosa que recebi através de uma amiga no istagram, a Juliana Lopes.

No domingo, dia 30 de outubro, a Associação Atlética de Medicina da USP realizará um festival indiano de cultura e gastronomia, das 11h às 20h.

Muitas atrações como astrologia, Ioga, meditação, dança, comidas típicas e veganas.

Estou com a maior vontade de ir!

Abraços!!!

Mais informações aqui :  https://catracalivre.com.br/sp/agenda/gratis/festival-indiano-recheia-sp-com-gastronomia-e-muita-cultura-zen/



Associação Atlética de medicina da USP 
Rua Artur de Azevedo, 01 Pinheiros São Paulo - SP
Estação Clínicas (Metrô - Linha 2 Verde)
Catraca Livre

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Primeira Gurdwara em São Paulo

Fiquei muito feliz quando vi esse vídeo. Minha amiga de Instagram, Angelica, já havia me falado sobre o templo. Eu ainda não fui mas fiquei muito feliz com a iniciativa e a notícia do templo Sikh no Brasil já chegou na India. Assim como os brasileiros sabem muito pouco sobre a India , os indianos também sabem pouco sobre o Brasil e a falta de um templo indiano mostra que ainda temos muito o que aprender uns com os outros. Eu ficava triste quando via indianos praticando sua fé nos Estados Unidos, Canada, Argentina, Reino Unido, Australia, Dubai entre tantos outros lugares e aqui no Brasil isso não era possível. Eu pensava, "será que nosso país é tão atrasado assim que nem um templo indiano tem?" Agora isso é possível.  



Abraços!!! 

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Pensamentos soltos

Se eu te disser que a mulher árabe, indiana, paquistanesa tem seu papel importante na sociedade você acredita?

Se eu te disser que países ricos do Golfo proporcionam uma vida maravilhosa para as mulheres você acredita?

E que a mulher indiana, paquistanesa, árabe em geral são livres e felizes com todo o sistema patriarcal?

Vamos parar de tapar o sol com a peneira, por favor!  A gente sabe que  até no Brasil é difícil, o que dirá países Asiáticos e Oriente Médio?

Cansei de ver mulheres justificando as limitações dadas às mulheres com a história de que o homem é o provedor, o homem é o protetor, as mulheres devem ser protegidas etc e tal.
Eu já cheguei a pensar isso um dia, já acreditei nessa ladainha de brasileiras que passam esse sermão para as outras. Mas gente,  não existe essa coisa de provedor, isso é machismo. Tem países que a mulher não pode trabalhar, e a brasileira  acha que todas as mulheres de determinado país  são felizes assim.

 Você já sentou um dia com uma mulher oriental e a escutou de fato? Ela teve coragem de se abrir com você? Eu já, e  sempre ouvi que elas queriam terminar os estudos antes de casar, ou gostariam de estar trabalhando nesse momento. Elas vêem nós ocidentais que trabalhamos, estudamos e cuidamos da casa como mulheres fortes, independentes. Não sabemos mas somos um exemplo para muitas.

Não se acomode com o comodismo dos outros. Não se norteie pelo fato de que todo mundo que vive de um jeito sem reclamar, é o jeito certo.

Já que aqui posso manifestar tudo o que sinto sem invadir o espaço alheio,  deixo aqui minha indignação com as brasileiras que protegem sistemas patriarcais e machistas.
Não se iludam com contos de deslumbradas, porque quem é deslumbrada  não se importa em expor as outras  pessoas em riscos.
A pessoa sincera vai te alertar dos prós e contras sempre. Quem só enfeita a realidade sem mostrar o lado negativo de uma outra cultura o faz porque vive ou viveu uma ilusão. A verdade é sempre mais amarga do que a mentira, isso é fato. Então desconfio de quem só aparece com palavras doces.

Mulher feliz é aquela que tem vontade de colocar um batom colorido e mostrar para as amigas. É aquela que compra o salto mais alto que tem na loja e não se preocupa como o barulho que faz ao andar. É aquela que gosta de ouvir música bem alto e canta mesmo sem saber a letra. É aquela que tem vontade de sair com os cabelos molhados e os deixa secar ao vento. É aquela que sabe ser doce e também sabe ser guerreira. A mulher feliz é aquela que vai para onde quer, estuda o que quer, trabalha no que quer. Discute política, futebol, religião. É aquela mulher que onde chega ilumina com a sua energia. Não se preocupa com os outros, tem amigas e amigos,  dirige, vota, escolhe se quer casar ou não, se quer ter filhos ou não. O que você acha besteira, muitas não tem nada disso.

Quando a pessoa é ela mesma ela é feliz. Tudo isso que nós somos ou almejamos ser , as mulheres de culturas patriarcais sonham em ser também. Muitas não são porque não podem ou são peixes dentro do aquário doutrinadas a não gostarem do nosso estilo de viver.

Nós lutamos para chegar até aqui e fico triste quando vejo mulheres regredindo, achando que aquelas que abrem mão de tudo isso estão certas. Vejo brasileiras que confundem luxo com felicidade, conforto com liberdade. Se escondem atrás das peneiras, atrás da tela de computador, ilustram uma vida perfeita e não dizem o que realmente sentem.

Principalmente nos países do Golfo existe um ditado entre os homens: " Mulher gosta de dinheiro". Não sou que que digo isso, são os homens que acham que uma  mulher é feliz com bens materiais e não precisa de carinho, amor, respeito.  Mais uma vez digo aqui: GAIOLA DE OURO.

Já vi gente dizer que a mulher fica do lado de fora de um restaurante  porque é superior. País que faz isso com uma mulher não merece nossa admiração. Não tem nada de superior nisso, pois coloca a mulher no mesmo nível de um cachorro que fica do lado de fora de um açougue esperando por um osso. Vamos ser realistas.

Que brasileiras são essas, que defendem um sistema desse?

Até mesmo meu esposo um dia me disse, que a mulher oriental sofre muito com a pressão da sociedade e aqui no Ocidente ele viu como o nosso estilo de viver é melhor. Ao mesmo tempo que  a mulher oriental é feliz porque tem sua família, tempo para cuidar da casa e filhos tem uma cobrança maior da sociedade. Se hoje tenho minha profissão é porque meu marido me apoiou e por isso eu digo que é fundamental a mulher viver numa sociedade que a faça progredir. Infelizmente vejo brasileiras defendendo o contrário como se fosse a coisa mais natural do mundo uma sociedade que não deixa a mulher escolher a profissão.

Não compartilho preceitos contra nossos ideiais, nossa independência, nossa liberdade. Não é porque seguimos uma cultura que devemos abaixar a cabeça para tudo. Não é porque seguimos determinada cultura que precisamos fingir que tudo é lindo e não nos incomodamos com nada.

Tem brasileiras que ao entrar em contato com outra cultura precisam mostrar que são foda, que são superiores, cabeça aberta para o mundo, que  nunca tiveram problemas culturais, sempre passaram pelas melhores experiências do mundo e nós ocidentais somos errados e temos uma visão errada e tendenciosa. Não aceitam nenhuma crítica e tudo é perfeito..do jeito delas.

Não espere isso de mim. Não tenho a pretensão de provar que a cultura oriental é perfeita, muito menos que nós ocidentais somos os burros alienados.
Existem coisas horríveis no Oriente? sim existem. Tem a parte ruim? Claro que tem. E o que eu posso fazer para mudar isso? Nada. Adianta eu ficar com historinha e tentar provar o contrário para alguém? Não.

Existem culturas mais fechadas do que a indiana e se a indiana já é difícil imagine as outras. Não se iludam, nós mulheres não precisamos de provedores e nem guardiões. Merecemos amor, carinho, respeito, direitos. Trabalhadores também não precisam de guardiões. Trabalhadores precisam de direitos e que eles sejam respeitados.
Não concordo quando vejo brasileiras enfeitarem uma realidade que muitas  mulheres da Ásia e Oriente Médio  precisam enfrentar caladas.

Existe uma grande diferença entre adaptação e idolatria de uma cultura. Não é porque sigo uma cultura que preciso puxar-saco dela. Acho que muitas mulheres perdem a razão quando passam a puxar-saco de outra cultura sem defender a própria.Vamos parar de defender essa ideia de que o homem é provedor e a mulher precisa depender dele até para comprar uma bala, ou que ela pode fazer tudo desde que ninguém veja o sorriso ou a lágrima por detrás de um manto.

Sejamos tolerantes mas não ignorantes.

Abraços

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A saga dos temperos indianos

Sempre ouvi que comida indiana é pura pimenta. Mas te digo que comida indiana é uma explosão dos 5 sabores: amargo, ácido, salgado, doce e umami.

Uma das coisas que sem dúvidas me tirou o sossego quando passei a me interessar em fazer comida indiana foi encontrar temperos. Na culinária paulista, eu estava acostumada a usar cebola, alho e sal. Orégano de vez em quando ou um molinho de pimenta só para variar. Eu desconhecia o universo dos temperos.

A coisa mais difícil para encontrar era Ghee e Garam Masala. Cheguei a encontrar Garam masala num empório árabe, o pacote tão pequeno estava quase R$ 30,00 e meu marido acabou com minha empolgação dizendo que era um absurdo pagar esse valor num tempero tão comum para ele. Fui para casa sem meu garam masala e, 5 anos depois, encontrei no mercado um pacote de marca nacional por um preço justo. Também gostei de saber que o Ghee, finalmente está ganhando popularidade e por isso está mais fácil de encontrar.

Graças a nossa boa terra, aqui temos quase tudo. Os temperos mais usados na culinária punjab são:

Açafrão da Terra

Açafrão (esse só tem importado)

Alho

Asafoetida

Cardamomo

Coentro verde/em pó/sementes

Cominho em pó/sementes

Cravo-da-Índia

Fenogrego sementes/folhas

Folhas de louro

Folhas de curry

Garam masala

Gengibre

Pimenta verde

Pimenta vermelha

Pimenta do Reino moída/sementes

Sementes de mostarda

Tamarindo


Com essas especiarias acima, você consegue fazer pratos típicos e alcançar o sabor original.
Mas além desses, os indianos também costumam usar temperos já preparados pois cada prato tem uma combinação, e isso dá um gostinho especial pois sempre tem uma combinação de especiaria que aqui no Brasil não tem.

Só de andar no mercado e ver garam masala e ghee já fico feliz. É um bom começo. Enquanto não encontro o restante o jeito é fazer um estoque.
Em qualquer país fora da Índia é possível encontrar um mercadinho indiano. Isso me faz ver como nossos impostos nos privam de acessar tanta coisa.




Tempero para miojo

Abraços

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Diferença entre SIKH e MUÇULMANO

Sikhismo é uma religião e Islamismo é outra.

Sikhismo: religião nascida na Índia e tem como fundador Guru Nanak Dev Ji. O livro sagrado dos sikhs é o Guru Granth Sahib Ji. Os sikhs são seguidores de 11 Gurus.

Islamismo: o profeta é Maomé. O livro sagrado no islã é o Alcorão.

 Os sikhs usam turbante mas depois de 11 de setembro, muitos passaram a ser confundidos com muçulmanos.

O Sikhismo nasceu com o objetivo de proteger os mais fracos independentemente da crença ou religião. Através disso muitos sikhs alcançaram posições de destaque e cargos de confiança em vários países como Estados Unidos, Canadá, e países da Europa.

Confira abaixo fotos de SIKHS




















São religiões praticadas em várias partes do mundo e são  diferentes em muitos costumes e práticas.

O Guru Granth Sahib Ji é a literatura sagrada do Sikhismo. 
 Alcorão é a literatura sagrada do Islamismo,

Na religião Sikh dez gurus compilaram o Guru Granth Sahib Ji, que incluiu passagens de sufis e hindus concluindo um total de 11 gurus.
No Islã, acredita-se que Gabriel, o anjo, foi o mediador de Deus, que havia revelado Alcorão a Maomé.

Os três pilares em Sikhismo são Naam Japna, Kirat koro e Vachakko.
Enquanto há cinco pilares do Islã, o Sikhismo tem três pilares.

Ao contrário do islamismo, sikhismo têm Cinco K. Os Cinco K são Kesh (cabelo limpo sem cortes), Kangha (pente de madeira), Kachera (limpos calções brancos), Kara (pulseira de aço no braço direito) e Kirpan (espada afiada de comprimento).

Os professores no Sikhismo são chamados  Gurus.
Os professores do Islã são conhecidos como Rasools ou Nabis.

O sikh recebe o nome proveniente do Guru Granth Sahib e o sobrenome Singh, que signica leão (Rei) e Kaur para as mulheres que significa princesa.
O muçulmano recebe o nome proveniente dos profetas do Alcorão.

Outra diferença que pode ser vista entre as duas religiões é na observação de peregrinação. Sikhismo não acredita em peregrinação. 
Por outro lado, pessoas que seguem o Islã tem Hajj Peregrinação.

Aos homens que praticam Sikhismo são recomendados a Não circuncidar enquanto que os homens que praticam o islamismo, sim. .

Outra diferença que pode ser visto entre o Islamismo e o Sikhismo é no funeral.
Um Sikh morto é cremado. 
Um muçulmano morto é enterrado.

Sikhismo é tolerante com todas as religiões e não tem como objetivo a conversão das pessoas. No templo sikh existem 4 portas. Isso significa que todas as religiões são bem vindas.
O islamismo tem como objetivo a conversão das pessoas.

No templo sikh homens e mulheres participam das orações lado a lado no mesmo local.
Nos templos muçulmanos as mulheres ficam em lugares separados dos homens, geralmente atrás deles.

Sikhismo não tem punições religiosas e acredita no karma.
Islamismo se baseia na Sharia, que são punições permitidas no Alcorão e não acredita em karma.

Sikhs podem comer carne de porco e não comem carne halal. Sikhs são contra a sangria.
Muçulmanos só comem carne halal (abatido com sangria) e não podem comer carne de porco.

Amritsar é o lugar sagrado para os sikhs.
 Meca é o local sagrado para os muçulmanos.

Amristar

Meca



No Sikhismo, Gurpurabs são considerados dias auspiciosos e o Eid é um dia auspicioso para o Islã.

Roupas típicas do homem muçulmano:



Roupas típicas do homem sikh, repare que a forma de amarrar o turbante é diferente:



Até a próxima!

sábado, 1 de outubro de 2016

Casamento com indiano é fácil?

Não é fácil principalmente no início. As diferenças culturais estão nos pequenos detalhes. Sei que algumas pessoas acham estranho quando mulheres casadas com indianos mostram o lado difícil do relacionamento. Dá a impressão que nos contrariamos a todo instante, porque mostramos o lado bonito e ao mesmo tempo alertamos sobre os riscos. Mas quem te alerta sobre as dificuldades de um relacionamento intercultural está sendo sincera com você. Eu só diria para uma inimiga "se joga". 

Hoje posso olhar para trás e ter uma opinião a respeito.

É claro que escrevo de acordo com minha experiência, não posso dizer sobre outras pessoas, afinal algumas conseguem o equilíbrio divino entre duas culturas. No meu caso, os primeiros 2 anos foram o teste de resistência. É nesse período que nos sentimos vulneráveis e ainda não sabemos lidar com diferenças. Me lembro que no início eu não entendia a forma que indiano do Norte da Índia se expressa, e tudo eu achava que era reclamação, achava que ele estava brigando comigo quando na verdade ele estava apenas conversando. O indiano do Norte da Índia tem um jeito direto de falar e gesticular, parece que está bravo mas não está, então imagine a situação quando eu não entendia isso. Do mesmo jeito nós brasileiras, que temos uma personalidade independente, gostamos de dar nossa opinião em tudo, não temos o jeito super delicado e submisso de uma indiana. 

No início, qualquer palavra ou gesto mal interpretado doía muito, e eu pensava "como uma pessoa  é tão parecida comigo e ao mesmo tempo tão diferente?".

 Me lembro de um episódio um tanto curioso, sobre a ideia de vegetarianismo que eu tinha. Era totalmente leiga no assunto e posso dizer hoje que ser vegetariano na Índia é diferente de ser vegetariano no Brasil. O indiano gosta de muito tempero, e não gosta de comer "folhas". O indiano gosta de cozidos, caldos, nada a ver com aquela saladinha básica que consumimos no Brasil. Pois bem, então a primeira vez que levei meu esposo numa pizzaria pensei em pedir uma pizza de rúcula com tomates secos, achando que ele acharia no mínimo interessante. Quando ele viu aquela pizza VERDE na mesa, cheia de FOLHAS ele se sentiu ofendido! Eu não entendia, como assim ele não tinha gostado da pizza? Como assim se sentiu ofendido? 
Ele me perguntou "o que é esse monte de folhas??" Começou uma discussão porque aí quem se sentiu ofendida fui eu de ter escolhido algo com tanto carinho e ele não ter gostado! 
Hoje ele adora pizza de rúcula com tomate seco! Mas percebeu que à época tudo não passou de um problema cultural? Na cultura dele quem come folha é vaca, búfalo..e na nossa cultura é indelicado dizer que não gostou. 

Muitas coisas o casal supera com o tempo, mas não é fácil ainda mais quando se trata da cultura oriental que é bem conservadora, dominadora e o oposto da nossa. Dei um simples exemplo de alimentação, mas existem tantas outras situações onde os dois precisam ceder e o nível de estresse aumenta consideravelmente. Claro que tudo depende da personalidade do casal, do ambiente em que vivem, das influências familiares e externas.

Não estou aqui para desestimular ninguém mas a verdade deve ser dita. Tem a parte bela das duas culturas mas mantê-las em harmonia é bem difícil. 

Abraços